segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Relato da aula do dia 30 de outubro de 2013




Roney fez a chamada e iniciou a aula lembrando às alunas que todas as pequenas tarefas pedidas por ele devem ser registradas no diário para serem discutidas em aula.
Roney prossegue apresentando a animação “Minha vida de João” do Instituto Pró-mundo. Pede que as alunas observem com atenção a atuação do lápis e os marcadores de gênero presentes no filme. Terminado vídeo, Roney se dirige às alunas para saber o que elas acharam da animação. Diante do silêncio das alunas, Roney volta sua pergunta para os dois pontos que pediu que elas observassem: o lápis e os marcadores de gênero.
As alunas dizem que o lápis estaria atuando para demarcar o que seriam as atitudes ditas femininas e as atitudes ditas masculinas. Seria a sociedade atuando nos processos de subjetivação dos sujeitos, ditando-lhes regras e enquadramentos. Uma aluna faz a correlação do lápis com a caixa apresentada no curta “Rosazul”, que assistimos em aula anterior. O lápis atua na colocação dos sujeitos em caixinhas, dizendo-lhes o que é apropriado ou não para seu gênero, como por exemplo: cuidar de criança é coisa de mulher, homem não chora, o homem tem que trair, ficar com várias parceiras, homem tem que ser machão, tem que brigar, se expor a violência...
Sobre os marcadores as alunas falaram que eles estão por toda a parte “educando” as pessoas sobre posturas esperadas para seu gênero. Uma aluna fala sobre a avó de seu namorado que, assim como o lápis, fica ditando para ela como ela deve se comportar: cuidar da família, cuidar da casa... Outra aluna fala que sua avó é bem diferente, ela disse que apesar da avó ser uma mulher que cuidou de casa e dos filhos, acredita que hoje as mulheres devam ocupar outros espaços, como estudar e trabalhar fora.
Uma aluna dá um relato de sua vida pessoal. Segundo ela, o pai sempre foi muito mulherengo e machista. Não queria que ela estudasse e lia o mundo sob suas lentes, ou seja, as mulheres devem viver aprontando, traindo e mentindo, por isso preferia a filha dentro de casa ao invés de ir para a escola. Essa aluna se casou cedo e o marido, por se militar e vir de uma família grande com vários irmãos homens, era bem machista, também. No entanto, segundo ela, ele teve que mudar. Ela foi “ensinando-o” a ser mais participativo nas tarefas domésticas e ele vem tentando mudar, só pede para que ela não divulgue estas mudanças junto aos amigos, senão os amigos podem achar que ele “está virando mulherzinha”. Segundo a aluna houve uma negociação entre eles: quando ela se casou os dois faziam faculdade; quando ela engravidou ela ficou em casa cuidando das filhas e ele foi estudar; agora que as filhas estão maiores ela voltou a estudar e ele contribui com os cuidados da casa. De acordo com a aluna, hoje em dia, os dois têm que trabalhar fora e dividir as tarefas de casa, porque a vida hoje em dia é bem diferente do que era antigamente.
Após várias colocações por parte das alunas sobre os marcadores de gênero que as fizeram pensar durante a semana, Roney apresentou para a turma um PowerPoint contendo várias imagens sobre os marcadores de gênero que ele colecionou durante a semana. Tratava-se de imagens que problematizavam o uso do rosa e do azul para homens e mulheres; concursos para pequenas misses; erotização de corpos femininos infantis; brinquedos para meninos e para meninas...
Junto com as alunas Roney problematizou os processos educativos que constroem corpos generificados ao longo da vida. Como as masculinidades e as feminilidades vão sendo construídas desde que éramos bem pequen@s, na convivência nos ambientes sociais. Falamos das masculinidades que, na maioria dos casos passa pela agressividade e para uma maior exposição à violência.
Roney apresentou como atividade para a próxima aula, duas tarefas: conversar sobre feminismo com duas ou três mulheres de diferentes idades e anotar suas impressões e curiosidades no diário de bordo. A outra tarefa seria trazer letras de Funk que falem de mulher.

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