segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Relato das aulas dos dias 07 e 09 de outubro de 2013

Registro da aula do dia 07 de outubro de 2013


Nesse primeiro dia de aula, Roney iniciou os trabalhos acolhendo as alunas, desejando-lhes boas-vindas e um semestre proveitoso. Dando segmento, falou sobre a dinâmica das aulas e dos compromissos necessários para que o semestre transcorra da melhor forma possível. Para isso falou sobre a seriedade com os horários de chegada, saída, assiduidade e comprometimento com as atividades propostas. Roney apresentou o cronograma da disciplina e as formas de avaliação, ressaltando que estes serão construídos no decorrer da disciplina, sempre com intencionalidade e compromisso com a proposta da disciplina que seria de problematizar as questões de gênero e sexualidade frente a educação. A avaliação da disciplina focará a assiduidade, pontualidade, bem como a participação nas discussões em aula. Participações estas fundamentadas e embasadas nos textos de referência indicados. A avaliação se dará, também, na realização de tarefas em sala de aula e atividades extraclasse. Roney propôs para a turma a confecção do “Diário de Bordo” como uma forma participação e diálogo com a disciplina. O que foi proposto é que as alunas narrassem seus percursos as suas experiências ao longo da disciplina, para tanto, Roney apresentou um PowerPoint, sobre este trabalho. Trouxe vários fragmentos de “Diários” feitos em outros períodos, bem como referenciais teóricos que embasam este trabalho. Roney trouxe discussões sobre narrativa, experiência, construção de si, dentre outros conceitos, a partir dos estudos de Michel Foucault e seus comentadores. Nesse PowerPoint, o professor apresentou ainda formatos, discussões e dúvidas surgidas no desenvolvimento desse trabalho. Roney discutiu sobre o que seria e o que não seria um diário de bordo, assuntos estes apontades no PowerPoint e em um material distribuído às alunas. O professor apresentou ainda uma bibliografia básica e Blog’s e sites interessantes para enriquecer as discussões na disciplina. Como uma das atividades da disciplina, Roney disponibilizou para as alunas uma lista de filmes com temáticas que abordam questões de gênero. A proposta é que cada aluna escolha um filme e pense esse filme a partir das discussões da disciplina trazendo essas discussões para a turma. Em um segundo momento, Roney propôs que eu me apresentasse situando a minha participação nas aulas e a minha temática de pesquisa no doutorado. Apresentei-me, agradeci a oportunidade de estar com a turma e de poder partilhar aprendizados mediante o acompanhamento das atividades docentes de Roney Polato. Falei também sobre a minha pesquisa que apresenta como tema os atravessamentos de classe, gênero e educação escolarizada, focando nas narrativas e construção de si, de mulheres dos meios populares e suas relações com a educação escolarizada. Após a minha fala Roney convidou as alunas a se apresentarem e a dizerem sobre suas expectativas quanto a disciplina. Este momento foi muito rico uma vez que as alunas relataram sobre o seu interesse pela disciplina deixando visível a multiplicidade de motivadores que as trouxeram à disciplina. Algumas alunas disseram ter procurado a disciplina por indicações de colegas, outras por terem participado de minicurso e palestras com o Roney, outras ainda por questões pessoais no sentido de buscarem compreender posicionamentos de gênero muito marcados em sua família, outras disseram querer compreender as aproximações e distanciamentos dessas discussões com as trazidas pela religião que professam. Muitas disseram sobre a preocupação de se prepararem para “enfrentar” os desafios apresentados no cotidiano escolar. Roney acompanhou e fez intervenções e esclarecimentos a partir das falas das alunas. Reafirmou a necessidade de compromisso com as leituras propostas e indicou para a aula do dia 9 de outubro (próxima aula) a leitura do texto de Guacira Louro: Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas.


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Registro da aula do dia 09 de outubro de 2013


Roney inicia a aula pontualmente no horário marcado e faz a chamada. Inicia com dois curtas produzidos pela professora Constantina Xavier Filha: “Rosazul no Reino do Arco-íris” e “Isso é de Menina ou de menino” (Anima Mundi). As alunas assistem atentamente ao vídeo, às vezes riem, fazem pequenos comentários com as colegas próximas. A ideia era que as alunas pensassem os vídeos a partir do texto “Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas” de Guacira Lopes Louro. Terminada a apresentação do vídeo, Roney abre o espaço para debate. As alunas fazem colocações sobre as divisões binárias entre o que é de menino e o que é de menina. Trazem experiências de seus cotidianos que dizem sobre a temática dos curtas, trazem inquietações, angustias e problematizações de fatos vivenciados. Falam de seus estágios, de sua atuação profissional, de suas experiência como mãe, filha, irmã, aluna, professora, que retratam embargos e enquadramentos de gênero. Roney retoma as discussões para focar no atravessamento com a escola, situando-a como uma instituição que educa e disciplina. Roney problematiza: O que incomoda mais o rosa para meninos ou o azul para meninas? As alunas discutem sobre esta questão. Uma aluna relata um fato vivenciado por sobre uma menina que gostava de se vestir de Batman. Outra aluna fala do seu tempo de adolescência em que adorava jogar futebol mas que teve que suprimir esse desejo em função de cobranças e interdições de familiares. Uma outra aluna fala sobre a preocupação de sua família em relação a uma de suas crianças que se aproxima do “mundo” dito feminino. As alunas apontam que a escola tem uma vigilância maior sobre os meninos que se aproximam de uma identificação com os mundos construídos para as meninas. As demais alunas problematizam e trazem outros casos a esse respeito. Uma aluna fez um relato vivenciado em seu estágio em que a professora, diante do desejo de um aluno o arruma com roupas de princesa. Diante desse relato Roney destaca que a escola sendo espaço de disciplinarização de corpos se constitui também como espaço de escapes. Voltando ao vídeo, Roney chama a atenção para a menina retratada que instiga o menino à sair do lugar, da caixinha que a sociedade constrói para os gêneros. Falamos do desejo demonstrado pelas crianças de experimentarem tudo, de conhecerem o mundo em toda sua potencialidade e, isso inclui brincar com os brinquedos e roupas instituídos socialmente para o gênero oposto ao seu. Discutimos sobre como o adulto dificulta essa experiência, erguendo fronteiras e interdições de gênero. Discutimos como essas fronteiras podem ser ostensivas, mas também sutis, portanto invisíveis. Discutimos ainda como organizamos a vida dos sujeitos desde o útero a partir de uma pergunta: “ é menino ou menina?”... Roney organizou um PowerPoint no sentido de pontuar mais detidamente o texto foco da aula. Antes, porém pergunta as alunas se elas teriam alguma pergunta, colocações ou dúvidas sobre o texto. Uma aluna pergunta sobre a palavra recrudescimento. Roney devolve a pergunta para as alunas para ver se alguma colega poderia ajudar a esclarecer o sentido da palavra. Como não houve manifestações, Roney situa a palavra no texto e explica a expressão para a turma. Voltando ao texto e a apresentação do PowerPoint Roney começa falando sobre os dualismos construídos na sociedade usados para posicionar, organizar e enquadrar as pessoas. Fala que mais interessante do que os dualismo, ou o uso da palavra “ou” é pensar na palavra ou no sentido do “e”, não se trata de pensar em isto “ou” aquilo, mas pensar no isto “e” aquilo. É pensar para além dos dualismos e pensar na pluralidade do ser, na complementaridade. Roney fala que o espanto diante do novo, das pluralidades, causa incômodo e isso é aceitáve, mas a questão é o que fazemos com este estranhamento. Se o estranhamento me levar ao isolamento desse “estranho” temos um problema, mas se este estranhamento me leva a pensar, a me movimentar, aí temos um caminho interessante com vistas a uma superação dos preconceitos e isolamentos das pessoas. Diante das colocações das alunas de acreditarem que têm que saber sempre o que fazer na escola em relação às questões de gênero e sexualidade, Roney fala que isto é um mito. Não há uma verdade absoluta ou mesmo receitas prontas para se resolver estas questões na escola, o que se pode fazer é se embasar teoricamente para encontrar caminhos contingentes para as questões que surgirem. Afinal se as relações são plurais e diversas, tornasse impossível fazer um manual que abarque todas as questões que podem se dar no ambiente escolar. Os saberesfazeres sobre gênero e sexualidade se dão e devem ser construídos cotidianamente no ambiente escolar, a partir das incertezas do vivido. Roney fala da organização binária em que está organizada a nossa sociedade e diante de colocações das alunas de que as novelas vêm continuamente trazendo outras formas de ser, Roney afirma que há um movimento de pensamento surgindo na sociedade que passa a ser visibilizado, inclusive nas novelas e a partir delas. Falamos do recrudescimento em relação às mulheres que atualmente passam a ocupar espaços e a exercer profissões consideradas tipicamente masculinas. Aí falamos também dos homens ocupando espaços e profissões tipicamente femininas. Encerrada apresentação do PowerPoint, Roney pergunta às alunas se havia alguma questão ou dúvidas. Como as alunas não se pronunciaram, Roney recolhe uma lista com os e-mails das alunas para facilitar possíveis contatos e avisa que possivelmente iria exibir o filme "Mi vie en rose” na próxima aula. Roney distribui para as alunas o livro “Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nos Currículos da Educação Infantil.1 ed.Lavras : UFLA, 2012, p. 01-532” e ratifica os combinados de pontualidade, assiduidade e comprometimento com as aulas. Roney combina com as alunas que na próxima aula irá fazer uma única chamada no início da aula, portanto todas devem chegar no horário.

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